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sexta-feira, 3 de julho de 2009

Capítulo IV - A luz por debaixo da porta


Ahh meu Deus!!!! Eu nem acredito que acheiiii!!!! :)
Quase não consegui respirar direito.
Antes disso...
Ainda naquele dia em que eu postei pela última vez, meu pai chegou em casa, na hora do jantar. Eu comia na cozinha, minha avó estava sentada ao meu lado, olhando através da janela escura que dava na parte de trás do nosso quintal. Ela e os seus olhos de vidro arranhado. Nos encontravámos apáticas, mudas. Eu em meus pensamentos exaustivos, e ela, no seu raciocinio quase sem lógica. Foi estridente o som da porta batendo, e depois os passos dos sapatos dele no assoalho. Meu pai, com os olhos encondidos pelas lentes dos óculos. Ele caminhou morosamente até a escada, e olhou de relance para minha figura desengonçada sentada à mesa. Olhei-o também, e esperei uma mísera palavra.
Não veio nada.
A porta que levava até a cozinha estava aberta, eu sabia que deveria olhar a sala, sempre que colocava o garfo na boca. Estava pronta para correr e sabia de que forma deveria pular a janela ou girar rapidamente a maçaneta da porta principal. Eu fugiria, e não voltaria, não voltaria para eles.
Mas o que eu faria se estivesse tão longe do meu próprio coração?
Dentro desta casa, ainda estão todas as minhas boas lembranças. E bem, eu nunca as deixaria sem me despedir. Talvez eu voltasse para derramar algumas lágrimas viscosas. Algumas, e finalmente o pavor de ir embora. Acho que posso me esquivar um pouco do que eu falei, e do que eu acordei. Sabe, inocentes não acumulam culpas quando não se dão conta que estão pecando. Existem coisas que caçam enquanto você dorme, e que te espreitam quando você acha estar seguro. Sei que estou no meio do fogo cruzado, mas naquele dia, no cemitério, foi como uma brincadeira, não foi sério! Eu não sabia, eu não imaginava o que aquelas palavras significavam.
Fui pressionada pela minha fraqueza.... pelo meu lado burro.
Odeio a popularidade. :(
Eu ainda estava sentada à mesa.
E minha avó gemia um pouco. Não sei se era a maldita dor nas costas.
Ela ainda olhava pela janela.
Meu pai continuava no segundo andar, e os seus passos eram como os de um gato preto, eu não o ouvia pisar daquela vez. Estranho... Eu sempre o ouvia caminhar... Sempre ouvia. Queria subir e ver o que ele estava fazendo. O chuveiro nao chiava, nem a tevê de seu quarto zunia. Ah, meu Deus! Eu só podia estar paranóica!! Ele deveria estar fazendo qualquer tipo de coisa, poderia até estar dormindo!!!
Meu pai é apenas um homem sorumbático, só está aprisionado em suas preocupações paternais e profissionais.
Havia terminado de mastigar.
De súbito, meu coraçao se enfureceu, claro que eu estava errada!!! Redondamente enganada! Meu pai não tinha motivos aparentes pra me ignorar, ou pra agir daquele jeito. E o seu rosto, a sua forma de ser, tudo estava distorcido!!
Contraí a mandíbula.
Eu tinha culpa naquilo.
Tenho culpa nisto.
Foi quando meus pensamentos se atropelaram. Meu pai desceu as escadas, dentro do seu roupão marron. Foi para a sala, enquanto eu o seguia com os olhos de dúvida. Minha avó que me assustou. Teve um reflexo e bateu em meu prato com uma das mãos, derrubando a porcelana no chão da cozinha. Depois de me recompor, limpei tudo.
- Tá tudo bem, vovó...
Meu pai nem moveu a cabeça para olhar-nos.
Depois fui para o meu quarto. Respirei aliviada, ele havia desistido daquela idéia idiota de me deixar sem computador!! Enfim, algo sensato, algo pra me deixar menos pilhada, até que aquelas coisas parassem.
Obs.: Eu acredito em milagres.
O andar de cima estava claro, parei no corredor para olhar os quadros nas paredes e as portas fechadas. Sob as luzes amareladas das lâmpadas nas arandelas, o papel de parede parecia mais velho. Os recintos vazios tinham as luzes apagadas, só o meu quarto que era a exceção, pois eu nunca desligo a luz. Dava pra ver a iluminação por debaixo da porta. Meu quarto inócuo.
Andei sem muita pressa até bem perto do final do corredor. Passaria muito tempo imergida na banheira, até que sentisse frio o suficiente para dormir com as janelas fechadas. Já ia passar na frente da porta do quarto de meu pai quando uma luz se acendeu lá dentro.
Parei de caminhar e olhei a porta. A luz continuou acesa.
Logo me veio a lembrança dele, sentado em sua poltrona, de cara na tevê, ao lado do sofá vazio.
Sim, não poderia haver ninguém dentro do quarto.
Respirei fundo e apressei o passo. Abri bruscamente a porta de meu quarto e me joguei na cama.Me encolhi e fechei os olhos com força.
Logo que os abri, fitei a escrivaninha...
Estava sem meu monitor.
E o que é um computador sem monitor?
Quis urrar de raiva, de medo, mas não podia. Eu não deveria.
Depois de três horas mergulhada entre sais de banho, me joguei na cama novamente e dormi....
Seriam bons sonhos se eu estivesse realmente de olhos fechados.....
Pra contar como eu achei meu monitor, é melhor iniciarmos outro capítulo, não é?
Vc ainda vai continuar???????
:
Eu espero que sim. :]
Vamos ao capítulo V

Um comentário:

Hugo Castro disse...

Claro qeu vou continuar!
Eu estou nervoso eansioso.
O qaconteceu no seu niver?
Kemera ohomem daescada?
Cd o Ted? (q ñ eh o msm da minha história^^)

Espero q ec poste logo a continuação XD