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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Capítulo XX – Final?



O tempo não precisava mais passar, ou então não existir mais. Eu não me importava. Continuamos sentados em silêncio por quase uma hora, ambos capturados por seus próprios anseios. Como sempre, eu nunca consegui adivinhar o que Justin pensava, mas me sentia péssima. Era como perceber a morte sentada bem ao seu lado, esperando o momento certo de te abater e gentilmente roubar a sua alma. Não tinha medo de morrer, tinha medo da dor que eu poderia sentir e das últimas coisas que eu por acaso veria.
A Natasha havia acabado de ser possuída por um espírito, e a maior culpada de tudo aquilo era eu. A derrota se apoiava em meu ombro e sussurrava “Vamos, se entregue... Pare de lutar. Não adianta, minha cara”. Tive vontade de desistir.

Suspirei.

- Tenho que ir embora.

Justin contraiu a mandíbula.

- Sua casa é perigosa.

- Eu sei – sibilei – Mas não posso passar a noite aqui...

Ele respirou fundo.

- Vou te levar pra casa. Quem sabe o quarto espírito tenta se comunicar de novo...

- Então você acha que o quarto espírito quer nos ajudar?

- ... Não custa nada tentar, não é?

Mordi o lábio.

- Onde Ben estará enterrado?

...

...

Justin e eu saímos depois de levar Natasha até seu quarto. Ela ressonava com um ar cansado e continuava um pouco pálida. Não pude fazer muita coisa, a não ser rezar para que aquilo não acontecesse novamente. Ela era ruim, mas eu era a maior culpada.

Antes de irmos, ele pediu que eu o esperasse apanhar algumas coisas na garagem. Voltou com uma enorme mochila pesada.

Pegamos um táxi e fomos até minha casa.

Estava morrendo de medo, afinal, havia acabado de ver uma garota possuída por um espírito enraivecido e que desejava a minha morte. O pior era saber que esse mesmo espírito, mais alguns outros, havia escolhido minha casa para fazer morada. Temi o que encontraria quando chegasse e se conseguiria preservar minha vida até clarear.

Pensei também em meu pai, então o meu medo só aumentou.

Justin continuou preso em seus pensamentos, tentando passar uma calma que eu sabia não existir mais. Fechei meu rosto com dor de cabeça, começando a imaginar como tudo aconteceria. Como eu morreria.

Chegamos. O táxi nos deixou a poucos metros da porta principal. Justin pagou e disse ao taxista que já poderia ir embora. Estranhei.

- Você... Como você vai embora depois?

- Não vou embora.

Preferi não perguntar mais nada. Na verdade eu me sentia melhor sabendo disso.

Trocávamos olhares semelhantes, como se perguntássemos um ao outro se tínhamos coragem o bastante para prosseguir. Enfim, quando ele deu o primeiro passo, decidi fazer das tripas, coração.

Entramos, a porta estava destrancada e as luzes todas apagadas. O cheiro gelado dos móveis me dava calafrios, mas não tanto como antes.

Andávamos com leveza, enquanto vagarosamente acendíamos todas as luzes. Mal pude acreditar no estado de organização em que minha casa se encontrava, numa aparente calma, como resultado de um cotidiano normal e sem muitas surpresas. Mas eu sabia... Estava tudo muito errado. Era como se nossas vidas estivessem prestes a serem roubadas.  

Vasculhamos todos os cômodos, nos deparando com uma enorme sensação de estupidez. Meu quarto estava do mesmo jeito, não havia mancha em lugar nenhum e as lâmpadas funcionavam perfeitamente. Nos empenhamos em achar meu pai, caído ou perturbado em algum lugar, mas ele havia desaparecido. Pensei então em minha avó, mas ela dormia serenamente em seu quartinho escuro.

- Acha que eles se foram? – perguntei.

Justin caminhava ao meu lado no corredor.

- Querem que você fique sozinha. Por isso estão tão calados.

Peguei o pingente do cordão.

- Eu estou protegida...

Justin olhou de soslaio para mim.

- Talvez não o suficiente.

Estremeci.

Segui Justin até a sala. Nos sentamos sem muitas palavras.

...

Estava cansada, tanto que depois da primeira hora, minhas pálpebras ficaram pesadas como pedras. Justin vislumbrava o nada, alternando olhares preocupados para o meu silêncio. Havia sentado longe novamente, mas era como estivesse no lugar exato para ficar próximo. Encostei minha cabeça no sofá e fechei os olhos.

- Você parece cansada...

- Não posso dormir... – sibilei ainda de olhos fechados.

Justin então não falou mais nada, pelo menos até eu perder a consciência.

...

Tive um sonho estranho... Tão estranho que parecia real. Abria um pouco os olhos, e via meu pai ao lado de Justin, ambos sentados no sofá. Os dois olhavam para mim, como se vigiassem meu sono. Sim, eu estava dormindo. Então abri melhor os olhos e percebi que apenas Justin me olhava. Tentei me sentar no sofá, mas ele me advertiu.

- Não se preocupe. Pode voltar a dormir.

Ainda abri os lábios para negar, porém, meus olhos pesaram novamente.

Acordei ofegante às três da manhã, até perceber que havia caído do sofá.

Olhei ao redor e me dei conta de que estava sozinha.

O ar era realmente muito frio e meus dentes começaram a ranger. A casa parecia mais escura e tudo havia emudecido. Onde estaria Justin? Me levantei e pensei em esperá-lo. Apertei o pingente do cordão e ouvi algo bater no andar de cima.

- Justin?

A batida continuou.

- Justin, você está aí em cima? – sentia o medo me apunhalar pelas costas!

As batidas continuaram, mas mudaram de direção. Sabia... Elas se direcionavam para a escada, e conseqüentemente para o andar de baixo. Pensei em fugir, mas onde estaria Justin? O que aconteceria com ele? O pingente do cordão começou a pinicar meu pescoço. A marca em meu pulso começou a queimar e o meu coração acelerou, a medida que o incômodo aumentava. Tive vontade de gritar, mas então eu me entregaria finalmente. Decidi suportar aquilo calada e encontrar meu amigo.

Fui em direção às escadas, mas algo um pouco disforme surgiu no vão, em baixo da fluorescente. Como estava um pouco escuro, não identifiquei quem era.

- Justin...?

A Sofia abraçava o Ted, com os olhos sujos de sangue. Ela surgiu na penumbra, precedida de um homem com o rosto deformado, envolto num casacão preto, em baixo de um chapéu. A batida havia parado, enquanto seus passos suaves desciam os degraus, sem pressa, me fazendo tremer.

Quando pensei que enfim eles me matariam, os dois simplesmente pararam. Imóveis e assustadores, com suas fisionomias destruídas e comidas por vermes. Olhando-me sem piedade, sem ânimo, com aquela dor ensurdecedora a gritar nos meus ouvidos.

Algo se mexeu na cozinha.

Eu estava parada, pronta a correr a inúmeras direções inúteis, até minha visão periférica acusar a presença de mais alguém. Pensei em não dar atenção, mas não podia, não conseguia! Caminhei de costas e sutilmente, quase sem tirar os olhos dos dois espíritos parados na minha frente. Mal pude acreditar...

Aquele vestido, aquele cabelo, aquele cheiro... Quantas noites eu esperei por ela? Por algum vestígio da presença dela? E agora eu podia senti-la... Podia vê-la. Não sem cor e cansada num caixão, mas sim como eu me lembrava dela.

Minha mãe.

Escondia-se um pouco no escuro, mas eu quase enxergava seu rosto. Meus olhos se encheram de água, mas era felicidade, não sabia se podia, mas sentia. Ela abriu seus braços para mim, para me proteger... Era ela, o quarto espírito?

- Mamãe...

Sofia e Ben desapareceram. Não havia me dado conta de absolutamente nada. Enquanto eu andava até minha mãe, percebi que o cordão queimava minha pele, a deixava seca, áspera e cheia de escamas. Roubava meu fôlego e pesava demais. Ainda hesitei, mas o puxei com toda a força do meu pescoço.

- Filha...

Ela ainda tinha os braços abertos para mim. A marca em meu pulso estava quente. Muito quente. O cordão ficou caído no chão. Senti-me culpada por isso, mas não conseguia mais suportá-lo.

Estiquei as mãos para tocá-la, até que o rosto cadavérico de outra mulher me tirou a calma.

- Venha para a mamãe.

Aquele deveria ser o rosto de Elisa. Eu havia me enganado. Não. Não! Não era o quarto espírito! Minha mãe nunca esteve lá. Nunca. Aquela voz fina e praguejante assombrava meus tímpanos, suas mãos frias e escabrosas tocaram meu braço, até eu me lançar para fora da cozinha.

Corri desesperada, e então esbarrei em meu pai.

Ele tinha o olhar frio.

- Pai? Pai... – eu o abracei – me ajude pai, preciso sair daqui, preciso fugir!!

Ele segurou meus braços com força.

- Você não vai a lugar algum.

Olhei bem em seus olhos, achando-os enrijecidos por uma espécie de ira. Ele me abraçou apertado por trás, machucando meu corpo e me deixando imobilizada. Me arrastou até a garagem, enquanto grunhia e balbuciava palavras sem sentido. Sua aparência estava horrível, ele parecia um lunático conversando com sua própria sombra. A medida que as coisas avançavam, eu tinha mais certeza de que ele acabaria com a minha vida.

O tempo não precisava mais passar, ou então não existir mais. Mas agora eu me importava. Me sentia plenamente viva, lúcida, com o sangue quente pulsando em minhas veias. Imaginei meu cruel e triste destino, morta pelo próprio pai, sem piedade, culpada também pela morte de um jovem que nada tinha a ver com nada. Era isso. Justin deveria estar morto.

...

Meu pai me atirou contra a parede. Bati a cabeça e caí sem forças no chão. Minha vista ficou meio turva, mas ainda consegui ver que não estávamos sozinhos. No canto da garagem, perto da caixa de ferramentas, Justin jazia inconsciente no chão. Ele ainda respirava, mas sua cabeça estava sangrando. Perguntei-me se realmente sonhara quando o vi sentando ao lado de meu pai... O que poderia ter acontecido? Eu já imaginava.

Meu pai me puxou pelos cabelos.

- Agora você vai pagar... Sua malcriada... – Ele me obrigou a sentar em uma cadeira.

- Pai, não... Não... – Comecei a chorar – Não dê ouvidos a eles... Por favor... Não me faça mal...

Minha garganta estava quase fechada. De nervoso, de pânico! Estranhei meu pai começar a chorar, vendo uma piedade fulgurar em seus olhos secos.

- Eu tenho que ser um bom pai, não tenho – acariciou meu rosto – Tenho que educar minha filha... – Eu não o conhecia. Não à sua perversidade.

- Por favor... – implorei.

Ele esbofeteou meu rosto.

- Cale a boca. – gritou.

Eu estava tremendo. Foi então que percebi que meu pai tinha uma corda em suas mãos. Não... era aquilo, era assim que ficaria? Virei meu pescoço para não vê-lo me amarrar, as lágrimas haviam se apossado dos meus olhos tão rapidamente! Tentei não soluçar alto. Me sentia cada vez mais cansada. Pensei estar tendo alguma alucinação quando vi Justin se movimentar, acordando de um violento nocaute.  De algum jeito, porém, sentia que era tarde demais.

As cordas estavam muito apertadas e eu não sabia o que esperar. Meu pai veio para perto e beijou minha testa.

- Eu te amo.

Suas mãos frias envolveram meu pescoço sem muito esforço. O toque sem vontade se solidificou, até explodir em ódio. Enquanto meu próprio pai me matava enforcada, podia ver sombras nos rodearem. Alguns sorrisos disformes, alguns olhos sujos de linfa, enquanto eu tentava me libertar das cordas e escapar das mãos dele.

“Vamos, se entregue... Pare de lutar. Não adianta, minha cara”. Aquela voz queria roubar o resto das minhas forças e me forçar a dormir entre a dor do sufocamento. Ao lado dele, aquele rosto ruim a me olhar e a se deliciar. Sussurrando aquelas vontades em seus ouvidos... Aquela mulher maldita. Elisa. Minha vista começou a enegrecer. Quis implorar novamente por minha vida, mas ela estava deslizando para fora de mim.

Com os olhos arregalados de desespero, eu o contemplei me encarar. Sim. Essa seria a última coisa que eu veria. O medo, a raiva, o ódio do meu pai. Seus olhos de bicho a me morderem. A vivacidade, enquanto tudo dentro de mim se apagava.

...

Não sabia o que pensar. Não lembrei minha vida e nem nada. Só encontrei sombras. Sombras. E aquela sombra não foi diferente das outras que vagavam perto de mim. Mas aquela sombra tinha olhos azuis e um ar diferente, até eu perceber que ela também possuía força. A força que abateu o meu suposto assassino. Os olhos de ódio perderam o brilho devagar, até as mãos soltarem meu pescoço e eu saber de novo o que era oxigênio.

Ainda entre aquele pesadelo e a realidade, Justin se apressou em desamarrar as cordas que me prendiam. Eu ofegava, sentindo uma dor enorme despedaçar a minha cabeça.

- Amy? Amy, tá tudo bem?!

Eu mal podia falar.

- Tá... – meu rosto se contorceu. – ele ia... – minha voz era rouca.

- Ia sim. Mas não vai mais. – Justin estava nervoso. Era a primeira vez que o via daquele jeito. – Foi um erro virmos para cá, precisamos ir embora agora!

Eu estava livre. Justin me ajudou a caminhar, pois ainda me sentia tonta, então alcançamos a porta que levava até a parte de trás da cozinha. O sangue em sua cabeça havia secado. Saímos, sendo envolvidos por vozes e batidas violentas no andar de cima. Os espíritos deveriam estar furiosos conosco, podíamos sentir a atmosfera pesar sobre nossos ombros.

Justin catou o cordão com o crucifixo no chão e o entregou a mim.

- Isso incomoda por causa da maldição... Não tire de novo ou tudo ficará pior.

Calei e recoloquei o cordão em meu pescoço. Ele formigou e fez meu coração bater mais rápido novamente. Justin pegou sua mochila e nós dois nos dirigimos até a porta.

- Amy! – ouvimos meu pai gritar. Sua silhueta saía desengonçada detrás da porta da cozinha.

Ainda pensei em ver o que aconteceria, mas ele havia acabado de tentar me matar, então nós dois corremos para fora. As vozes e as batidas aumentaram, enquanto um vento gelado e aparentemente forte jogava areia em nossos olhos. O dia estava quase amanhecendo e o céu vermelho dava um ar assustador à minha obscura casa. Olhei para o vidro da janela do meu quarto e avistei Sofia. Ela parecia uma nuvem de fumaça, mas ao abrir a boca, soltou um grito altíssimo que me fez tapar os ouvidos. As folhas das árvores se eriçaram, balançando de lado para o outro como se quisessem escapar. A porta da frente tremia, enquanto que vidros se quebravam bruscamente. Podíamos sentir a força negativa daqueles seres a tentarem nos aprisionar. Uma sensação de cansaço e peso quase nos fez ceder.

Meu pai abriu a porta com voracidade, tendo nas mãos, uma faca enorme e lustrosa. Vinha meio cambaleante em nossa direção.

- E agora, o que faremos? – perguntei caminhando para trás.

Justin respirava rápido.

- Não sei, não sei!

Senti uma mão gelada tocar aflita na minha. Algo que vinha por trás.

- Amy, por favor, precisa vir comigo.

Ainda estava apavorada com o susto, mas dei atenção ao pequeno Daniel.

- O que houve? É perigoso ficar aqui. – alternava os olhares para ele e para a figura tonta de meu pai que se aproximava.

- Eu sei, eu sei – ele parecia angustiado. – É por isso que você precisa vir comigo... Precisa!

Eu mal conseguia ouvir sua voz. A areia em nossos olhos também não deixava que nos víssemos melhor. Ele então pegou em minha mão e saiu me puxando para o bosque. Tive tempo de olhar Justin e tentar pedir que viesse conosco, mas ele virou o rosto e correu em direção ao meu pai. Por mais idiota que ele me parecesse, agora agia com uma coragem desconcertante.

Daniel tinha força, apesar de ficar cada vez mais gelado. Quando os primeiros raios de sol iluminaram a trilha, ele me puxou para o lado esquerdo, no meio de espinhos e plantas viscosas, escorregamos num declive de folhas lisas e terra preta. Eu estava ficando assustada, pois não sabia onde exatamente ele estava me levando e muito menos por que. Então, quando eu já ofegava e temia o que estaria acontecendo com Justin e meu pai, Daniel me mostrou uma clareira. Era um lugar amplo, um pouco escuro pela abóbada da copa das árvores e de aparência funesta. Ele parou de caminhar e centralizou o olhar para um puteal meio apodrecido. Parecia bastante com aquele atrás da cozinha da minha casa, mas eu não entendia. Havia mais espalhados pelo bosque?

Parei de caminhar, e Daniel sutilmente soltou minha mão. Com o olhar estranhamente pousado sobre aquela espécie de poço, ficamos em silêncio por um longo tempo. De alguma forma, me senti muito sozinha por estar ali. Por mais que o menino estivesse ao meu lado, era como se não houvesse mais ninguém. O medo e o silêncio de seus olhos me fizeram entender... Eu deveria fazer aquilo. Fosse o que fosse.

Respirei fundo e caminhei em direção ao puteal. A terra era fofa no meio da clareira e quase não havia luz do sol. Segui hesitante, até virar o pescoço para ver Daniel. Para minha surpresa, ele havia desaparecido. Agora eu realmente estava sozinha. Cheguei mais perto e senti um cheiro horrível escapar pelas frestas. Por mais que eu tivesse medo, sabia que ali estava a chave de todo o mistério.

- Mas... Como?

Não precisava perguntar ou buscar explicações lógicas. Com a pouca força que tinha, empurrei o enorme bloco de concreto que tapava a o puteal. Depois de muito esforço, consegui movê-lo até a metade, então parei e recuperei o fôlego. Alguns pássaros passaram assustados por sobre a minha cabeça. Recomecei.

O lume do bosque, ferroado pelo fedor que saia lá de dentro, me fizeram saber o que havia lá.

Uma ossada.

Tapei a boca o nariz com as mãos. E agora, o que eu faria? Meu coração acelerou. Algo se mexeu entre os arbusto ao redor da clareira. Eles estavam ali para enfim acabar comigo.

...

Justin sangrava. A principio ele sorriu para mim, mas eu sabia que ele estava ferido. Corri em sua direção, enquanto ele encolhia o tronco, ajeitando a mochila nas costas.
- Meu Deus, tá tudo bem?
Ele esticou a mão para que eu me afastasse.
- Seu pai é forte, mas não é dois. – ele riu.
- Como você chegou até aqui? – silvei.
Justin caminhou com dificuldade para perto do puteal.
- Um menino... Ele disse que você estava me esperando.
Mordi o lábio.
Justin olhou os ossos dentro do vão.
- Então era aqui que dormia o nosso amiguinho?
Sorri com alívio.
- Tomara mesmo...
Percebi algo se mover entre os galhos. Sombras... Ouvimos gemidos.
- Justin... – implorei. Ele tinha que ter uma solução prática. Os espíritos haviam chegado.
Seu rosto ficou sério. Forçando-se a caminhar mais rápido, ele tirou da bolsa que trazia consigo, um vidro médio e uma enorme garrafa, cheia de um liquido amarelado. Enquanto ele se apressava em despejar o sal sobre a ossada, percebi que a clareira ia diminuindo. As sombras iam se adensando, nos prendendo num tipo de armadilha.
- Rápido Justin!!!
Ele destampou a garrafa e jogou toda a gasolina sobre o sal. Quando então as sombras espessas estavam prestes a nos devorar, ele ateou fogo nos ossos, fazendo com que os espectros recuassem, em meio a sussurros e gemidos de dor. Olhamos para as árvores ao redor da clareira, e avistamos Sofia, Ben e Elisa a se consumirem pelas chamas. O bosque ficou em silêncio depois que todos os animais se encolheram de medo.
...
- Estamos salvos?
Justin expirou.
- Eu espero que sim.
...
...
...
...
CURTAM O POSFÁCIL.

4 comentários:

Flávio de Souza disse...

Oi! Olha, já fiz a divulgação, espero que goste...

Amy disse...

thanks^^

Hugo Castro disse...

\o/
Muuito loko!!!

Parabéns!!! Vc eh ótema!
+, c o Justin queimou uma ossada, pq os 3 espíritos queimaram??
+msm assim, teh d+!!

Poderia até virar um episódio de sobrenatural ^^

Muuuito dahora!!!!!

Amy disse...

uhuahuahuahaua!! thanks migos, ki bom que vc curtiu, fiquei meio apreensiva quando comecei a digitar esse capitulo aeee.... mas tipo, eu vou explicar as coisas no posfacio... so nao sei quando ele fica pronto... hehehehe...
bjus =D