O mundo tem dentes e pode te morder sempre que quiser....
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Capítulo XIV – A última chance

Não sei se é possível, mas na manhã seguinte eu acordei bem pior.
Ao me levantar de cama, fui me olhar no espelho... Havia um rosto pálido com um par de olhos baços e um conjunto de veias finas e arroxeadas, num lindo hematoma.
A marca da mão em meu antebraço estava menos visível. Ao menos isso.
A do pulso estava ficando mais forte. Tentava não acreditar que sua estranha metamorfose continuava, e que ela passava da cor vermelha, para um cinza quase negro.
Não.
Respirei fundo e tentei balbuciar alguma coisa. Um palavrão, eu acho...
Não saiu nada. Se saiu eu realmente não ouvi.
...
O café da manhã também foi horrível. Tanto por que meu pai o fizera, quanto por que não trocara uma só palavra comigo. Tive medo de sair sem comer e assim deixá-lo de certa forma com raiva. Sentei-me encolhida na cadeira da cozinha e belisquei um pedaço de torrada. Sem encará-lo, sem respirar direito. Não via a hora de sair pra rua. Ficar longe.
...
Havia uma jarra com suco de laranja em cima da mesa da cozinha.
Obs: Eu odeio laranja.
Não ia tomar, mas meu pai serviu um copo e colocou ao lado das minhas torradas roídas. Lançou um olhar meio aflito-psicótico pra mim e virou-se para a pia.
Tremi os olhos. Tinha que tomar... Pelo menos temi não engolir aquilo e receber algum tipo de castigo.
Hesitante, peguei o copo e deu o primeiro gole.
...
Quis vomitar o que eu não havia comido.
O suco estava com um gosto horrível, meio azedo, meio doce enjoativo. Como água salobra, suja de lodo. Não pude cuspir, então precisei engoli aquilo. Mas só aquilo! Depois recoloquei o copo na mesa e fiz uma careta de nojo.
Meu pai veio para perto e falou com os olhos avermelhados:
- Tome seu suco.
Confesso um pequeno sobressalto.
Não respondi.
Por que ele estava daquele jeito? Por que eu tinha tanto medo do que ele podia fazer?
Meu pai.
Ele realmente queria que acontecesse aquilo?
...
Repensei por cerca de alguns segundos.
Para acabar logo com o medo que começava a sentir, deixei-me agir por impulso e engoli todo o liquido amarelo do copo.
Depois foi o tempo de o suco querer retornar a boca, mas aí eu o contive com a mão e o pensamento de que seria bem pior se eu vomitasse no carpete da cozinha.
Ainda tossi, tentando manter a garganta fechada. Meu pai não fez nada, só passou por trás de mim e subiu para o andar de cima.
...
Catei minha mochila sobre o sofá e saí sem dizer coisa alguma.
Qualquer palavra e...
...
O primeiro tempo de aula passou. Eu estava lá, ausente. Mumificada, ouvindo o caquético professor de história falar sobre não-lembro-o-quê-exatamente. Tinha muito barulho na sala, mas eu mal conseguia me mover! Tinha os olhos sempre estacionados em algum ponto morto, tentando realmente saber ou ter noção de alguma coisa.
Eu parecia uma idiota, perdida e parada.
Haveria respostas em algum daqueles lugares em que eu estava?
...
Sentada em uma carteira, bem no meio da sala. Foi num movimento leve do pescoço que vi Justin me olhar apreensivo.
Baixei a cabeça e cerrei as pálpebras.
...
Veio o terceiro tempo de aula. Aí um homem e uma mulher entraram na sala. O cara era alto, meio gordo, tinha a pele clara e era meio sério; andava com uma mochila estranha em suas costas. A mulher já era menor, com uns cabelos ruivos e uma pele de porcelana. Estava graciosamente dentro de um tailleur marrom.
Eles entraram, disseram ‘oi’ pra classe e foram falar com o professor. Ouvi o homem perguntar se aquela era a turma do terceiro ano, depois de o professor dizer que não, eles se retiraram, em passos leves e elegantes.
...
No intervalo, fugi da Lucy.
A vi subir as escadas e perguntar a uma menina se eu havia ido a escola naquele dia.
Depois de a tal menina assentir com a cabeça, corri e me esgueirei no corredor vazio que levava ao laboratório.
Lucy deveria ter ido até minha sala e me procurado com os olhos.
Sem me achar, lógico.
Mas bem, o que eu poderia oferecer a ela?
Não tínhamos nada em comum ou que pudéssemos partilhar naquele momento de nossas vidas. Os laços que formavam nossa amizade estavam bem comprometidos.
Ela nem ao menos acreditara em mim no dia em que contei sobre o que estava havendo comigo. Sobre as coisas estranhas na minha casa!
Depois daqueles olhos de suspeita e da legião de assuntos fúteis que Lucy me mostrara, achei bem melhor deixá-la de lado durante aquele tempo.
Era seguro e indolor.
...
Suava frio.
Eu estava definhando.
...
Sentei no chão, escorada na parede do corredor vazio. Dava pra ouvir as vozes dos alunos no corredor ao lado. Se todo mundo gostasse de química, eu teria uma companhia lá, ao menos. Os alunos só andavam naquele corredor quando o professor deixava notas em jogo. Pontos e formulas-não-mágicas.
Apertei os olhos e abracei meu corpo. Joguei a cabeça pra trás e esperei algo acontecer comigo. Quem sabe um tipo de anjo pudesse atravessar o teto e lançar uma consoladora brisa em meu rosto. Daí poderia me estender a mão e levar-me da minha própria vida.
Por muito e muito tempo.
...
Foi só a dor que apareceu. Uma fisgada violenta e raivosa nos músculos do punho.
Abri os olhos de impulso e afastei a manga do casaco, olhando a marca preta no pulso queimar. Parecia não haver ar em meus pulmões, então comecei a respirar tanto quanto pudesse.
E eu quase não pude muito.
A continuação da fisgada se estendeu por cerca de dez segundos, quando finalmente foi parando.
...
Havia sido a fisgada mais dolorosa que já sentira.
E eu desejava nunca mais ser tocada por ela. Nunca mais.
...
...
Olhei a marca...
Agora eu podia ver... Era um estranho desenho geométrico, que mesmo cheio de lados, parecia muito uma cruz...
Passei o dedo sobre ela, senti minha pele áspera e meio quebradiça.
Algo terrível estava prestes a acontecer. Era realmente como se algum cerco estivesse se fechando, comigo dentro, ainda por cima!
Eu estava péssima, me sentia tonta e enjoada. Passei a mão na barriga, era como se algo estivesse comendo minhas vísceras.
Algo queria retornar à boca.
...
Levantei-me correndo e voltei para o corredor dos alunos, havia acabado de tocar a campainha que findava com nosso intervalo.
Ia pra sala, mas estava passando muito mal!
Meu estômago se revirava e se contorcia.
...
Acabei escapando para o banheiro feminino.
...
Lá estava vazio. E por mais consolador que pudesse parecer, também não havia ninguém chorando. Duas meninas saíram rindo alto lá de dentro. Olharam torto pra mim e se foram.
Entrei empurrando com rapidez a porta do banheiro. Era como se estivessem perfurando o meu fígado com uma faca! Doía muito e me tirava o fôlego.
...
O burburinho dos alunos havia cessado no pátio, só o que ouvi foram os meus pequenos gemidos de dor.
...
Tranquei-me e enfim tentei expulsar do meu estômago o que estava me afetando.
...
O que eu havia comido de tão péssimo?
...
Não comido, mas talvez tomado... Um salobro copo de suco de laranja.
...
Vomitei tudo.
Tudo mesmo.
Sentira como se um bolo de espinhos tivesse rasgado minha garganta.
...
Quando abri os olhos e olhei para o que havia regurgitado, tomei um enorme susto!
Era um tipo de massa preta, com umas coisas avermelhadas.
Quase caí pra trás!
Eu mal havia comido naqueles dias, como podia ter colocado aquilo pra fora??
Mal consegui respirar, era como se algo estivesse prendendo o meu ar.
...
Escorei-me na parede com os olhos arregalados. Por um momento aterrador, pensei:
“Meu pai havia tentando me envenenar?”
O suco.
Sim, O Suco! Só podia ter sido ele, claro!
Talvez o gosto horrível se devesse às verdadeiras intenções diluídas nele...
...
Tapei a boca e tentei conter o choro.
...
O que eu estava pensando? Não, eu só poderia estar ficando mesmo muito louca! Meu pai, meu próprio pai ter tentado me envenenar?
Não. Era cruel demais...
Ele teria a coragem de fazer isso com a própria filha?
...
Ouvi algumas vozes entrarem no banheiro. Sem me demorar mais, enxuguei as lágrimas quentes que escorriam sobre o rosto e abri suavemente a porta da cabina onde eu estava. Ajeitei melhor o meu casaco e olhei para frente.
...
Estavam no canto do banheiro, o homem e a mulher que mais cedo haviam interrompido o terceiro tempo de aula. Não sei bem o que falavam, eu ainda estava meio atônita com o mundo e com as pessoas. Abracei meu corpo e olhei melhor para o cara alto e claro, ainda recolhida no vão da porta da cabina. Acho que nenhum dos dois me viu.
Tive receio em manifestar minha presença, esperaria que eles fossem embora e logo em seguida, sairia também.
Mas outra vez, algo estranho aconteceu...
...
Oscilava entre erguer a cabeça e esperar o momento de ir; Olhei mais as figuras desconhecidas. Sem muito a esperar.
Foi super estranho e rápido flagrar o homem tentar puxar a pele abaixo de seu pescoço, como se quisesse tirar do rosto, um tipo de máscara.
Assustei-me a ponto de não permanecer em sigilo.
Abracei melhor o corpo e corri para fora, quebrando o estranho diálogo entres os estranhos, passando desgovernadamente por uma fenda pequena que sobrara da porta.
O homem ainda me chamou, mas eu corri o mais rápido que pude para o segundo andar.
...
O quê? Agora eu veria alucinações em pessoas desconhecidas também?
Meu deus, como eu poderia terminar com aquela tortura?
...
Subi as escadas, de volta ao corredor dos alunos.
Passei pelos vidros da sala de vídeo, pude ver meu rosto sem cor e abatido.
Era assim que o medo e o pânico me deixavam?
Eu tentaria não desmaiar...
Tentaria.
...
Antes de chegar à classe, Vi Justin.
...
Ele e eu andávamos no mesmo passo até a porta quinze, da primeira turma do segundo ano. Vínhamos de direções opostas, mas íamos de encontro um ao outro. Involuntariamente. Um garoto de dezessete anos e uma menina de dezesseis. Ele me olhava, eu desviava os olhos e tentava caminhar sem cambalear.
Com um cavalheirismo estranho, ele ergueu a mão para girar a maçaneta e abriu um espaço para que eu entrasse primeiro. Ia fazer isso, mas era tão difícil me manter lúcida!
Acabei perdendo o equilíbrio por uma vertigem.

Se Justin não estivesse tão perto, com certeza eu me estatelaria no chão.
Ele me segurou e me levou para um banco perto da escada.
Fugiria dele se eu conseguisse me mexer direito, mas naquela hora, eu não podia fazer exatamente nada.
...
- O que foi, você tá bem? – Justin falava bem perto ao meu rosto. Lembro de sentir um cheiro agradável de menta.
- Claro que eu tô! – grunhi baixinho – Me deixa levantar, sai de cima de mim!
Justin se moveu quase nada para trás.
- Vou te levar pra enfermaria.
Ele não perguntou, decretou, praticamente.
- Não, não! – fiz o maior esforço pra me erguer – Eu vou embora, vou pra casa!
- Amy... – ele fez cara de zangado – Por que você é tão teimosa?!
- Ah me esquece! – levantei e sai. Justin não fez nada, ficou só me olhando, parado.
Não sei de onde tirei força pra caminhar.
Achei realmente incrível!
...
Desceria e pularia o muro. Ia embora daquela droga! No entanto, lembrei que minha mochila estava dentro da sala, e que lá também estava a professora.
- Só faltava essa... – parei no meio da escada.
Justin perguntou:
- Podemos nos ajudar?
...
...
...
O plano era este:
Justin apareceria sorrateiramente no vidro da porta da sala e faria sinal a um amigo seu.
Este amigo pediria a professora para ir ao banheiro, e encontrando Justin lá fora, seria informado de que teria que tirar a professora de dentro da sala por alguns minutos.
Depois que o amigo enrolasse a professora e a fizesse sair, ele nos daria nossas coisas.
*Riscos: algum dedo-duro poderia acabar com nossa fuga e nos fazer autografar o livro preto da diretora.
*Ganhos: nós estaríamos livres dos dois últimos tempos de aula.
Bem, era tudo.
Claro que eu poderia ir falar com a pedagoga e contar que eu havia passado mal e que precisava ir para casa, mas aí seria bem mais provável depois ela ligar para o consultório do cardiologista e dizer que sua filha havia se sentido mal durante as aulas.
Bem... aí imaginem o que ele faria comigo...
...
Imaginou?
Não, não. Dessa vez haveria lanhos de sangue.
Com certeza.
...
Contudo, acabei por aceitar o plano de Justin.
Àquela altura do campeonato, não ligávamos para regra nenhuma.
Eu, principalmente. Não as regras da escola.
...
Só queria ir embora e morrer num lugar sossegado.
Justin? Não sei por que ele queria fazer aquilo...
Não imagino por que.
Seria somente a vontade de não assistir aula?
...
Não sei.
...
O amigo dele se chamava Carlos. Era pequeno e ligeirinho. Agraciado com dois olhos claros e sorridentes. Deve ter se assustado quando me viu olhar para ele, com minha cara de marfim velho. Eu nem me importei.
Carlos aceitou participar do plano com muito gosto. Entrou rápido na sala e chamou a professora no canto.
Corremos para o corredor do laboratório e esperamos cerca de dois minutos.
Nesse intervalo de tempo eu imaginava a expressão da professora, com a mentira de que a haviam chamado na sala da pedagoga, por conta das notas não entregues do bimestre anterior.
Ela deveria estar inquieta.
...
Fiquei bem encostada na parede, enquanto Justin espiava calado uma boa ocasião de fugir.
...
Ficou silêncio por um longo tempo, até ouvi-o grunhir.
- Vamos agora!
Ele me puxou rápido, quase perdi o equilíbrio outra vez. Não fora indelicado, só rápido.
Carlos apareceu na porta e deu-nos nossas mochilas.
Depois ele sorriu, maliciosamente, dando uma piscadela para Justin, que a ignorou descaradamente.
Só disse um leve ‘obrigado, cara’.
...
Nos esgueiramos corredor adentro, enquanto eu tentava manter os olhos abertos e os passos coordenados. Justin sabia que a qualquer momento eu podia perder totalmente os sentidos.
Estava perto o suficiente para ser prestativo...
...
Estávamos no térreo.
...
Após os olhos de espreita e algumas certezas remotas se confirmarem, ganhamos o pátio e logo já estávamos perto da quadra poliesportiva. Depois foi mais fácil, passamos pelos arbustos e surgimos na frente do muro.
...
Soltei meu braço da mão de Justin e caminhei meio lenta até algo sólido. Encostei-me na parede e respirei fundo. Exausta.
Justin deveria estar vendo como pularia a grade, depois de todos aqueles novos e brilhosos arames farpados que se entranhavam nela.
Confesso ter desistido antes de rasgar o primeiro pedaço da minha pele.
Sem mais ferimentos, por favor...
...
Obs: A diretora era bem esperta.
...
Fui escorregando as costas na parede, até perceber que estava sentada, com a mochila sobre o colo. Buscava formas de me sentir bem mais viva, sem aquele peso morto dentro do peito. Todas aquelas coisas estavam afetando a minha saúde. Minha vida agora era uma frágil linha de seda, prestes a ser severamente cortada, separada.
Rompida.
...
Era isso. E depois a força estranha que transformava meu pai, no meu maior e mais vivo inimigo.
...
Justin desistiu também, cinco minutos depois.
...
Sentou-se ao meu lado. Em silêncio. Redimido e moroso silêncio.
...
Achei que ele talvez não quisesse mais oferecer ajudar alguma, nem mais continuar com aquela encenação de quinta. Foi um calmo e quase passivo suspiro de alívio. Enfim, agora eu estava de mãos abanando, afundando sozinha, sem ninguém à tira colo.
...
Foi estranha uma sensação ruim passar por mim nessa hora...
Como se eu realmente me importasse com aquilo.
...
Justin olhava as mãos.
...
A sensação de perda. Depois a fisgada maldita em meu pulso.
Cruzei os braços e contorci o rosto.
Devia aceitar terminar tudo daquele jeito?
Como eu era ridícula, perderia sem nem tentar! Mas como eu tentaria lutar contra aquelas coisas? O que eu poderia fazer por mim e por meu pai?
...
Ah, e eu também havia rejeitado a ajuda. Ou a suposta ajuda.
Eu nunca teria certeza. Nunca saberia se era mesmo uma mentira.
...
Arrependimento. Vontade de estapear eu mesma o meu rosto. Bater a cabeça na parede.
Descruzei os braços e os deixei perto do corpo.
...
- A segunda fuga frustrada. – Justin balbuciou.
- É...
- Mas não me importo de ficar aqui até as onze e quarenta da manhã...
Eu pensei que também não me importava.
- É...
Ele riu e olhou para mim.
- Você só sabe dizer isso...?
Sorri.
- É.
Justin não virou o rosto. Ficou olhando pra mim, estranho e lentamente. Foi deslizando o olhar até a manga do meu casaco, pedindo um tipo de permissão para tocá-la.
Eu não me movi ou travei.
Depois ele ergueu as mãos e foi afastando com leveza, a manga do casaco da minha pele. Girou meu punho e olhou a marca...
Olhamos ao mesmo tempo, pensando coisas não iguais, mas bem parecidas.
Tinha certeza disso.
Ele tentava disfarçar a inquietude daquilo, mas era difícil, até mesmo para aquela sua cara cínica.
- Está quase completo...
Quis perguntar por que, mas não disse absolutamente nada. Eu não conseguia.
Justin passou o dedo sobre o desenho.
Eu devia falar um monte de coisas, mas era como se estivessem trancadas em alguma parte da minha boca. Deveria haver uma chave para abrir a porta e deixá-las respirar um pouco.
Outra palavra, quem sabe...?
- Essa talvez seja sua última chance...
Última chance?
Estremeci.
- Última chance de quê...?
Ele demorou a responder. Tentava manter um contato visual fixo comigo, achar a ligação certa.
- De salvar a sua vida, Amy.
...
Era aquilo. Era a chave. Eu realmente queria salvar minha vida?
...
Meu rosto entortou-se numa interrogação por quase um minuto.
Diria sim. Sim.
Eu deveria dizer sim.
Justin buscou os meus olhos.
Sua voz mansa me estendeu a mão.
- Comece me contando tudo... Desde o início.
...
A ajuda. Eu enfim aceitaria a ajuda. Sem tentar lembrar toda a hora que ela talvez pudesse me apunhalar pelas costas, ou me pregar uma ruidosa peça.
Era minha única saída, a única voz inteligível entre os meus gritos.
...
Olhei para Justin e decidi que contaria.
...
Respirei fundo.
Tudo começou no dia do meu aniversário...
...
...
...

Um comentário:

Hugo Castro disse...

E para mim? Quando vc vai contar o começo para mim e seus outros leitores?
Mas obrigado por acrescentar a minha parte; ela deu detálie a mais; mais uma pincelada quase inútil no quadro da lógica.
Eu tô lendo tanto deu blog que estou começando a fazer metáforas :D

Mas em breve eu vou postar minha história nova, e em seguida, a história que contém "a conexão".

Bjokas e ateh +!!